Diferença de preços entre regionais de Fortaleza podem chegar a 124 reais

4 de outubro de 2021 - 09:59 # # # #

Entre uma regional e outra, o Procon Fortaleza chegou a registrar uma diferença de R$ 124 em uma compra envolvendo 61 produtos básicos de alimentação, higiene e limpeza. Na Regional II, que inclui bairros como Aldeota, Dionísio Torres e Meireles, a cesta de produtos foi cotada em R$ 774. A mais cara de acordo com a pesquisa. Na Regional IX, onde se localizam bairros como Conjunto Palmeiras, Jangurussu e Parque Santa Maria, os mesmos itens custam R$ 649,95. 

Nós acreditamos na existência de alguns fatores específicos para essa diferenciação de preços. Primeiro na linha de investimento. Você tem estabelecimentos nessas áreas mais nobres que têm um padrão de investimento bem superior. Então, os custos serão mais elevados“, explica Airton Melo, coordenador Jurídico do Procon Fortaleza.

Das Regionais I a IV, todas cortaram os itens acima dos R$ 700. Das Regionais VI a XXII, todas ficaram abaixo desse valor.

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O economista Fábio Sobral acredita que essa diferença também tem relação com fatores macroeconômicos. “Existe uma razão oficial e não oficial. A oficial é que os custos de aluguéis aumentaram nas áreas dos supermercados que estão nesses locais mais nobres. A não oficial é que a produção e o comércio no Brasil e no mundo estão muito concentradas em poucas empresas. Essas poucas empresas podem determinar taxas e margens de lucros muito amplas em locais de maior renda”.

Mesmo para quem consome produtos em supermercados mais baratos, a conta está salgada. Com a inflação em dois dígitos, o poder de renda do brasileiro vem sendo corroído. Segundo especialistas, a dolarização dos preços dos combustíveis e dos próprios alimentos contribuem para a construção de um cenário nada agradável nos próximos meses.

Na medida em que o consumo das pessoas reduz, reduz o tamanho do mercado. Reduz o tamanho do mercado, reduz o emprego e isso vira uma bola de neve. Então, hoje há uma retomada que não é uma retomada de crescimento. Na verdade, é uma tentativa de recuperação daquilo que caiu no ano passado. Nós não saímos ainda do buraco e nem vamos sair tão cedo“, explica Fábio Sobral.

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