Campanha Doe de Coração chega à sua 14ª edição

27 de setembro de 2016 - 14:48

No Brasil, 33.199 pessoas aguardam na fila de espera para realização de transplante, deste total, 1.091 são de pacientes no Ceará, segundo levantamento de junho deste ano da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O mais alarmante é que esse número não para de crescer. Para fortalecer a corrente de solidariedade, a Fundação Edson Queiroz lançou neste mês de setembro a 14ª edição do Movimento Doe de Coração, reconhecida pela ABTO por incentivar a doação voluntária.

A campanha acontece tradicionalmente durante todo o mês de setembro e tem o objetivo de sensibilizar a sociedade por meio de veiculação de campanha publicitária em jornal, TV aberta e fechada, além de distribuição de cartilhas, cartazes e camisetas e do envolvimento de todos os funcionários das empresas do Grupo Edson Queiroz. Como principal diferencial da edição deste ano, o Doe de Coração conta com a colaboração do artista visual Narcélio Grud, que trabalha com diversas linguagens como o grafite e a escultura.

Ele reestilizou o coração da marca da campanha e está à frente de intervenções interativas em locais públicos, como praças e parques de Fortaleza, com o objetivo de despertar ainda mais na sociedade o interesse sobre o tema (confira programação abaixo). A interatividade também se fará presente em vídeos disponibilizados nas mídias sociais das empresas do Grupo Edson Queiroz. A campanha de televisão também teve modificações, uma vez que os personagens são pessoas reais, pacientes que foram beneficiados com a doação. Os vídeos são veiculados na TV Verdes Mares, TV Diário e TV Unifor. Uma das principais marcas registradas da Doe de Coração foi fortalecida, com a realização de mais ações em hospitais, clínicas, empresas do GEC e demais entidades parceiras.

Para o Chanceler Airton Queiroz, o mês de setembro é especial porque todos os esforços da Fundação Edson Queiroz estão voltados para sensibilizar a sociedade para doação de órgãos e tecidos. “O estado tem se mantido em destaque no que se refere ao número de doações efetivas. Somente no primeiro trimestre desse ano, o Ceará superou as expectativas de doações, alcançando a marca de 19,8 por milhão da população. De janeiro a agosto deste ano, foram realizados 987 transplantes. Somos ainda o 2º lugar em transplante de fígado e o 3º lugar em transplantes de pulmão no Brasil”, declara o chanceler.

De acordo com a Dra. Fátima Veras, reitora da Unifor, a mudança na campanha tem como objetivo sensibilizar cada vez mais as pessoas. “Neste ano, estamos na 14ª edição e acredito que mostrar para as pessoas os beneficiados com os transplantes irá tocar mais a sociedade. Vale ressaltar também não só a contribuição da Universidade de Fortaleza, mas de todos os profissionais envolvidos nas equipes de transplantes, desde a captação a realização do transplante. Nesse aspecto o estado do Ceará vem se destacando, tanto que é um dos cinco estados com maior número de potenciais doadores”, enfatiza Fátima Veras.

Segundo o diretor do Centro de Ciências da Saúde da Unifor, Dr. Flávio Ibiapina, a campanha tem o foco de sensibilizar a família, para que as pessoas se manifestem como doadores. “Eu participo dessa experiência por meio de colegas que fazem parte de equipes de transplantes, e é fundamental que a campanha toque em histórias bem sucedidas, para estimular a família a doar no momento oportuno. Afinal, não adianta a pessoa manifestar seu desejo de doar se a família não autoriza”, ressalta. “Pelo lado do profissional de saúde é satisfação muito grande poder lidar com a esperança de vida, que tem no transplante o último recurso. Para tanto, é envolvida equipe multidisciplinar, que atua de maneira integrada. Atuam no processo profissionais como nutricionistas, enfermeiros, cirurgiões, equipe de coleta e triagem dos transplantes, entre outros”, explica Ibiapina.

Salvos pela doação

José Crisóstomo Chagas, 65, descobriu que tinha deficiência de medula óssea aos 63 anos. O mecânico e sanfoneiro traçou longa caminhada de seis meses, até ser diagnosticado com mielofibrose eugênica – alteração na medula óssea que afeta a produção das células sanguíneas.
Sem perder o humor e a fé cristã, José passou por série de exames antes de encontrar um doador. “O médico me perguntou se eu tinha irmãos. Por sorte, tenho seis”, conta José, emocionado. “Minha filha comunicou a todos os meus irmãos que eu estava doente e que precisaria de doação de medula. Todos foram ao Hemoce para fazer o teste. Quando o resultado chegou, dois dos meus seis irmãos eram 100% compatíveis comigo”.

Dos dois irmãos de Crisóstomo, José Jarismar de Lima foi seu doador. “Pelo fato de ele ser mais novo e ser homem, o médico explicou que seria mais fácil da medula se adaptar ao meu organismo”, explica. “Com seis dias de internado recebi a medula de meu irmão. Hoje estou com um ano e um mês transplantado e tem sido só alegria. Posso levar uma vida normal, sem restrições”, relata José.

Uma vez feito o transplante de medula óssea, não havendo rejeição, é definitivo. Não existe necessidade de refazer o transplante. A reabilitação para o transplantado de medula óssea varia de 2 a 4 anos. Para o doador, bastam 24 horas para que a medula se regenere e ele possa voltar para sua vida normalmente.

Programação

27/09 (Dia Mundial da Doação de Órgãos) – Praça do Ferreira – 8h às 18h
28/09 – Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) – 8h