Prefeitura de Fortaleza divulga censo de pessoas em situação de rua

14 de fevereiro de 2022 - 15:37 # # #

Um problema comum nas grandes cidades e que vem se intensificando nos últimos anos é o número de pessoas em situação de rua. De acordo com o Censo da População de Rua feito pela Prefeitura de Fortaleza, a quantidade de moradores mais que dobrou. O levantamento foi feito para ajudar a elaborar políticas públicas de enfrentamento ao problema.

Conforme a pesquisa, houve um crescimento de 53,1% em comparação com a pesquisa anterior, realizada em 2014, quando foram contadas 1.718 pessoas em situação de rua. A contagem ocorreu entre os dias 19 e 23 de julho de 2021 nas ruas de Fortaleza, nos Serviços de Acolhimento Institucional e em outras instituições reconhecidas por acolher a população em situação de rua.

A população em situação de rua na Cidade concentra-se principalmente na região administrativa Regional 12 (36,6%), seguida pela Regional 2 (18,1%) e pela Regional 4 (15,3%). As três regionais totalizam 70% da população em situação de rua na Cidade. Foram registrados 1.462 pontos de abordagem. Do total, 56,7% das pessoas estavam nas calçadas, 18,1% em praças, 7,4% sob marquises, 3,5% embaixo de viadutos e 2,2% em tocas. Em 533 pontos foram encontradas também moradias improvisadas.

Assista à matéria a baixo:

De acordo com o Censo, 22,3% responderam que estavam na rua há mais de um ano e há menos de 5 anos; 17,4% há mais de 10 anos; e 13,7% entre 5 e 10 anos. Do total, 35% das pessoas entrevistadas estavam nas ruas de Fortaleza há menos de um ano. A maioria é natural de Fortaleza ou está na cidade há mais de um ano (56,17%). Os dados revelam também que 96,8% são cisgêneros, 91,5% são heterossexuais e 71,5% são pretos ou pardos.

Há um alto nível de analfabetismo (18,8%), superior à média do Nordeste, que é de 15,14%, e ao percentual do Ceará, que é de 14,2% da população maior de 18 anos de idade, de acordo com a pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (IBGE, 2017). A maioria (62,7%) nunca teve acesso a uma formação profissional e 44,7% nunca trabalharam com registro em carteira de trabalho. O desemprego de longa duração é superior à média nacional (41,2%) para a população em geral.