Demissões, redução de salários e exploração da mão de obra: os impactos da Covid-19 nas relações de trabalho

4 de maio de 2021 - 14:53 # # # #

Além do impacto no sistema de saúde, o novo coronavírus também tem deixado suas marcas nas relações de trabalho.

A nova realidade trouxe um pesado desafio para empregadores e empregados. Como sobreviver em meio a demissões, redução de salários, mais horas trabalhadas e crise financeira?

O microempresário Augusto Kays é proprietário de uma pequena rede de óticas e, de uma hora para outra, sua rotina virou uma panela de pressão. Para lidar com a crise, Augusto deu uma atenção especial ao atendimento através das redes sociais, ampliando os canais de comunicação com o Facebook, Instagram e WhatsApp.

Augusto diz que também foi preciso organizar os processos internos e tentar elaborar novos métodos de venda. Dois funcionários tiveram que ser demitidos, os outros precisaram entrar em acordo para a empresa continuar e tentar se recuperar, mas a situação ainda está longe de voltar à normalidade.

“A gente pegou aquele programa do governo de reduzir a carga horária e a questão de suspender o contrato de trabalho por alguns meses. Outros a gente manteve pagando mesmo o salário. Essas foram as formas que a gente encontrou de fazer com que a empresa não perdesse tantos funcionários”, explica o microempresário.

Exploração da mão de obra

 

Em paralelo as adaptações, cresceram as denúncias de exploração da mão de obra e o risco de contaminação nos ambientes de trabalho. Muitas dessas reclamações são recebidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

O procurador do MPT – CE, Antônio Oliveira explica que no início as denúncias alegavam que as empresas não queriam pagar a multa de 40%, sob a justificativa de força maior, e que por esse motivo não pagaria as verbas normais. Em mediação com os sindicatos patronais e de trabalhadores, o MPT orienta que as empresas façam acordos coletivos.

Mas outras denúncias surgiram relacionadas ao meio ambiente de trabalho, principalmente denúncias de que trabalhadores testaram positivo para Covid-19 e não foram afastados.

Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil até janeiro deste ano atingiu o recorde de quase 15 milhões de trabalhadores. É o maior contingente de brasileiros sem emprego desde a crise histórica iniciada em 2012.

Sobre a nova realidade de trabalho remoto ou “home office”, o Ministério Público do Trabalho afirma que o IBGE não manteve os dados atualizados de 2021, mas que sabe da grande quantidade de trabalhadores que foram submetidos a essa modalidade. O fato é que uma imensa massa de trabalhadores ficou sem renda, mas as contas continuam chegando e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social é cada vez maior.

No Ceará

 

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Transparência Internacional Brasil apontou os programas sociais do Ceará como referência para o restante do país. O Ceará vem sendo destaque nas soluções desde o início da pandemia, com programas de estímulo econômico e medidas de proteção social como vale-gás, a isenção nas contas de água e energia para famílias de baixa renda, além do auxílio financeiro aos profissionais da cultura.

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