Campanha educativa contra Aedes aegypti é lançada em Fortaleza

10 de maio de 2017 - 18:29

A estratégia inclui peças publicitárias com a participação do cantor Felipão, que será veiculada na TV e no rádio já nesta semana (Foto: Prefeitura de Fortaleza/Divulgação)

Para tentar combater o avanço do Aedes aegypti a Prefeitura de Fortaleza lançou nesta terça-feira (9) uma campanha educativa. A ação tem como objetivo reforçar o engajamento de todos os cidadãos na prevenção da dengue, zika vírus e febre chikungunya. A estratégia inclui peças publicitárias com a participação do cantor Felipão, que será veiculada na TV e no rádio já nesta semana.

De janeiro a abril deste ano, já foram confirmados 5.483 casos de chikungunya em Fortaleza. Em igual período do ano passado, 2.014 contraíram a doença. Já em relação a dengue, de janeiro a abril deste ano, 4.110 pessoas foram diagnosticadas, contra 6.222 no igual período de 2016.

Os dados mostram que os mosquitos causadores de doenças estão evoluindo com maior incidência nos casos de chikungunya do que de dengue, como explicou Joana Maciel, secretária da Saúde, “A taxa de infecção da chikungunya é bem mais elevada que a de dengue. No caso da dengue, de dez pacientes acometidos, dois ou três apresentavam sintomas. Já na chikungunya é o contrário, de cada dez, sete apresentam sintomas da doença. É uma doença nova, com pouca informação sobre, por isso a importância de redobrarmos os cuidados”, completou.

Combater os focos do Aedes aegypti é a melhor forma para eliminar as doenças. Só ano passado, foram feitas mais de 40 mil atividades educativas, quase 500 mil pessoas foram abordadas no que diz respeito ao combate ao mosquito. Neste ano, foi criado o Comitê de Enfrentamento às Arboviroses (doenças causadas por mosquitos), que se encontra semanalmente, com a participação de mais de 50 representantes de diversos órgãos e Secretarias Municipais, além entidades privadas, fomentando ações intersetoriais. Além disso, foi implementada atividade diferencial de acolhimento específico em 19 postos de saúde, capacitação de 702 profissionais da saúde, mobilização de 12 mil idosos no programa “Senhora Faxina”, campanhas educativas em escolas, formação de 27 brigadas, supervisão semanalmente de todos os equipamentos públicos, criação do selo “Escola Amiga da Saúde”, que envolverá 790 instituições públicas e privadas de Fortaleza, entre outras.

Os bairros que apresentaram maior ocorrências de focos de Aedes aegypti são Lagoa Redonda, Jangurussu, Planalto Airton Senna, Bonsucesso, Jóquei Clube, Henrique Jorge, Conjunto Ceará, Demócrito Rocha, Montese, Jacarecanga, Cristo Redentor, Carlito Pamplona e Álvaro Weyne. Nestes bairros, a Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontou que os principais depósitos com criadouros do mosquito foram encontrados em cacimbas e cisternas (35%), baldes e vasos com plantas (30%), lixos (15%), calhas, ralos e piscinas (12%), pneus (5%), plantas ou cavidades no solo (2%) e caixas d’água (1%).

A campanha faz parte de uma frente em prol da saúde dos fortalezenses, sendo realizada em parceria entre órgãos municipais e instituições e entidades da sociedade, como Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), além de lojas de autopeças e oficinas mecânicas, para aumentar os cuidados com os focos do mosquito. No local, Roberto Cláudio assinou, ainda, termo de compromisso de realização de ações de combate às arboviroses.

Sesa participa de ação de combate ao Aedes aegypti

“A estratégia de maior impacto é antes de o mosquito (Aedes aegypti) nascer”, ressaltou o secretário-adjunto da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Marcos Gadelha, que participou do lançamento de campanha educativa pelo município de Fortaleza, no Paço Municipal. A eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana. Assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

“Nesse momento, o Governo do Ceará reafirmou a parceria com o município de Fortaleza nas ações de controle ao vetor, principalmente considerando a estratégia que é executada pelo Estado, que é o carro fumacê”, ressaltou a coordenadora de Promoção e Proteção à Saúde da secretaria estadual de Saúde, Daniele Queiroz. O fumacê, nome popular para a Pulverização espacial UBV, é um procedimento que consiste na liberação via aérea de gases, que agem, por contato, atingindo os mosquitos adultos em voo.

A maioria dos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, zika e a chikungunya são encontrados dentro de casa. A ação do produto só é efetiva quando o inseticida está em suspensão no ar e só mata o mosquito adulto. O inseticida não mata as larvas do Aedes aegypti, que estão em caixas d’água, potes, baldes, pneus, lajes. A recomendação aos moradores é que abram portas e janelas das casas na passagem do fumacê para que o inseticida atinja o mosquito dentro das residências.